domingo, 21 de novembro de 2010

CAPITULO 2
3

Depois de uns 5 minutos de silêncio absoluto na pista, resolvi falar:
- Tá, você sabe mais sobre mim do que eu mesma nas ultimas 24 horas. Então reformulando a minha pergunta: Porque você quer me ajudar?
- Redenção. – Agora por que?
- O que você é?
- Alguém que esta disposto a ajudar uma boa causa. – odeio quando as pessoas são vagas quando pergunto alguma coisa.
- Erick será que você poderia ser mais específico? Já que eu concordei em entrar no seu carro e dirigir para um destino desconhecido, acho que mereço saber um pouco mais sobre alguém que estou cofiando.
- OK. – ele fez uma pausa, acho que tentando procurar um modo mais fácil de dizer, e lá vem bomba – Eu sou um mago.
Tá legal! Anjo ou demônio até que da pra aceitar. MAS MAGO?
- Tá de brincadeira, né? – não consegui disfarçar o riso no canto da boca, mas pelo menos não foi uma gargalhada.
Ele fez uma cara seria e respondeu:
- Não. Eu fui amaldiçoado por meu irmão Faustos a muitos anos, e agora não posso morrer.
Ele não estava brincando, pude ver pelo seu tom.
- Para mim isso não soa como uma maldição, e sim um presente. – a vida eterna devia ser comemorada não odiada.
- Ver todos os que você ama morrer e não poder fazer nada?
Fiquei sem graça, e tentei falar reparando meu erro:
- Desculpe-me.
Ele não respondeu. Depois de algum tempo ele falou:
- Não o via á muitos anos. Á 19 anos atrás ele veio a mim e falou de uma mestiça, que havia acabado de nascer. – ele não olhava para mim, seus olhos ficavam fixos na estrada. – Ele me disse que seria uma forma de me redimir das coisas que eu fiz.
- E o que você fez? – ele parecia estar se lembrando em quanto corríamos pela estrada, ele fechou os olhos alguns segundos e disse:
- Não importa mais. Eu encontrei você, e estou aqui para protege-lá, treina–lá e prepara–lá para o que esta por vir. Só assim minha entrada no paraíso será permitida.
Nada mais foi dito. Percorremos a estrada vazia até a uma pequena cidade, não percorremos muitas ruas e logo paramos em um pequeno prédio de três andares, que no primeiro havia um pequeno mercadinho. Assim que paramos ele disse:
- Chegamos.
- Sua casa?
- Sim
Peguei minha mochila que ficou todo tempo debaixo do banco. Quando desci do carro as pessoas que estavam no mercadinho voltaram seus olhares para nós. Caminhei até a porta com Erick, ele percebeu os olhares das pessoas e me disse:
- Ignore. Pessoas de cidade pequena são assim mesmo.
Balancei a cabeça em sinal de afirmação e continuamos.
Em quanto entravamos por uma porta de ferro que rangia bastante, ainda sentia muitos olhares indefinidos nas minhas costas, acho que Erick não trazia muitas mulheres aqui.
Subimos pelas escadas até o terceiro andar, havia apenas uma porta, nós nos dirigimos á ela, ele á abriu com uma pequena chave. Era um lugar confortável com um papel de parede bege e alguns móveis velhos e cheios de poeira, com uma estante significativa cheia de livros. Erick abriu uma cortinha e a sala ficou mais claro. Era um lugar lindo, sem muitos arranjos, mas não me incomodaria nem um pouco de viver ali. Eu sorri e finalmente resolvi falar:
- Devo admitir que eu esperava um som e vários computadores espalhados em todos os cômodos da casa. E muito, muito mais bagunça.
Ele olhou para mim e sorriu e falou:
- “Nunca julgue um livro pela capa.”
- Acho que essa é uma lição que já aprendi. – Elizabeth, Dellayla e Raphain pareciam pessoas normais.
- Me – desculpe. – ele percebeu que meu sorriso havia diminuído.
- Tudo bem.
- É... Tudo bem para você ficar aqui? – ele estava meio sem jeito.
- Claro. E o que acontece agora?
- Acho que você vai ter que aprender a lutar se quiser vencer um demônio.
- Quando começo professor?
- Que tal agora?
- Ótimo. – quanto antes melhor.
- Vamos sair. Pode deixar sua mochila onde quiser. – Ele foi até uma estante com portas de madeira e tirou uma espada bastante afiada e a jogou para mim – Considere um presente.
Eu coloquei minha mochila em cima do sofá, e tirei a espada do suporte. Uma espada templária, com detalhes em bronze e prata, e com um brilho azul reluzindo dela. Era perfeita. Leve, com o peso preciso em cada borda.
Saímos pelo mesmo caminho que entramos, quando saímos pela porta que dava para a rua, mais olhares curiosos nos circundavam. Entramos no mustang e seguimos em frente até um galpão nos arredores da estranha cidadezinha. Não havia ninguém á vista a algum tempo, só um campo com algumas árvores.

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